
Segue aqui a terceira parte do tema ''Para a melhoria do nosso trabalho Político''
''Devemos, para melhorar o nosso trabalho, reforçar e consolidar cada dia mais as nossas regiões libertadas. A nossa luta atingiu um grande avanço, um rápido avanço, e talvez até, no começo, um avanço demasiado rápido e, em pouco tempo, encontrámo-nos diante duma grande responsabilidade que é a de ter áreas libertadas. Isso é muito bom, porque as áreas libertadas são a base, a retaguarda das nossas forças armadas para avançarmos com a luta, e permitem-nos, além disso, fazer uma grande experiência da direcção do nosso povo. Mas é uma grande canseira, porque temos que dirigir o povo, temos que satisfazer o desejos da população, temos que melhorar a vida da população, organizar melhor a vida da população, temos que trabalhar muito mais. Mas não há dúvida nenhuma que temos trabalhado um bocado nisso, a ponto dos tugas reconhecerem que, na maioria das nossas áreas libertadas, é impossível já o nosso povo voltar a aceitar a dominação colonialista.
Isso já é um bom trabalho, mas nós temos que fazer ainda mais e melhor trabalho, para acabarmos completamente com a saída da nossa gente das áreas libertadas, para convencer a nossa gente a voltar às áreas libertadas da nossa terra, tanto os que foram para as cidades, como aqueles que saíram para fora da nossa terra. Para consolidarmos mais a organização do Partido nas áreas libertadas devemos fazer mais ainda. Desenvolver mais o nosso trabalho na instrução, embora tenhamos diminuído o número de escolas, mas para darem mais rendimento; nos nossos hospitais, nos nossos postos sanitários, mesmo que sejam poucos, mas devemos trabalhar bem, para mostrarmos que servem; os nossos armazéns do povo devem funcionar como deve ser. Os nossos militantes que trabalham nos armazéns do povo não devem furtar. Isso é muito importante. Devemos fazer tudo para o nosso povo, nas áreas libertadas, ter a capacidade de
controlar os nossos armazéns do povo.
Para construirmos as nossas áreas libertadas, a primeira condição é aquela que já dissemos: melhorar o nosso trabalho político. Para isso é preciso que os dirigentes do Partido, do Comité Inter-Regional ou de Zona, vivam de facto no meio da população, com a população. Infelizmente, a tendência é para criar bases centrais. O Comité Inter-Regional tem a sua base, o Comité de Zona está na sua base, a população está na sua barraca ou na sua tabanca, e o dirigente está longe, criando um abismo entre ele e a população que dirige. Há muito tempo que demos a palavra de ordem: os dirigentes dos Comités de Zona e Inter-Regionais devem estar junto do povo; não há barracas, não há bases, a sua base, se é de zona, deve ser cada barraca do povo, cada tabanca do povo. Um dia está numa, outro dia noutra, movimentando-se sempre, porque, como dirigente de Zona, não deve estar parado nunca num mesmo lugar. Isso não só aumenta o rendimento do seu trabalho, faz-lhe cumprir melhor o seu dever, como aumenta também a sua própria segurança.
Os comissários políticos de Zona, a segurança, os chefes da instrução, os chefes de saúde, os chefes
de abastecimento, nunca devem estar parados, devem estar sempre em ligação do, povo, seguindo
todos os problemas do povo, procurando resolver todos os seus problemas com o povo. O comissário político da Inter-Região, a segurança, o responsável da instrução, o responsável da saúde, do abastecimento, da milícia devem estar sempre em movimento através das zonas e até, se puder ser também, nas barracas e nas tabancas, vivendo sempre com a população. Em cada lugar que chegar deve reunir-se com os Comités de Zona desses lugares, dando ordens, tomando pulso para saber como é que as coisas estão, fazendo reuniões com a população, esclarecendo e ajudando a resolver os problemas que os Comités de Zona não são capazes de resolver, em ligação íntima com os dirigentes de Zona e, através deles e directamente também, com as nossas massas populares das zonas libertadas. Assim é que devemos de facto trabalhar muito para dirigir e aumentar a consolidação das nossas áreas libertadas.
Mas também os nossos comandantes das Forças Armadas, tanto comandantes principais como
comandantes de Corpos do Exército, devem estar em ligação com os combatentes por todo o
lado, não fechados no comando, enquanto as forças agem. Tanto do lado Norte como do lado Sul
do país fecham-se no comando e não têm contactos com as suas forças. Devemos ter forças por
todo o lado. Se há bigrupos no entroncamento de Buba, o comandante deve ir lá vê-los; se estão
para os lados de Nhala, deve ir lá vê-los, ou em Gangénia, ou em Madina de Baixo, na área de Jabadá, metido entre os tugas; nas imediações de Gantongó, em Sambuia, N'Goré, ou em qualquer outra base do Norte da nossa terra, na área de Mansabá ou na área de Maqué; um comandante ou comissário político deve estar junto das Forças Armadas, sempre, sempre em movimento, marcando um sítio, ou vários sítios, para fazer reuniões com outros responsáveis, mas sempre em movimento. Além disso, como em geral os nossos comandantes, os nossos responsáveis principais das Forças Armadas são também dirigentes políticos, eles têm obrigação de reunir com o Comité Inter-Regional para discutir problemas, para fazerem coordenação de trabalho com os Comités de Zona, para fazerem coordenação do trabalho até com a população, para ajudarem os comissários políticos, segurança, etc., a trabalharem. Esta é a melhor maneira para consolidarmos a nossa situação nas áreas libertadas, na nossa luta em geral.
Devemos estar convencidos de que o lugar dos dirigentes do Partido é no meio da população, não
é sentados em nenhuma base; o lugar dos dirigentes das Forças Armadas, é no meio dos combatentes, não é sentados em nenhum comando. Pode ter um comando ou um ponto bem seguro, onde tem, por exemplo, a sua rádio, uma ou duas pessoas de confiança, a sua guarda, onde pode ir de vez em quando, mas deve estar sempre em movimento, até para a sua própria segurança. Há responsáveis das nossas Forças Armadas que morreram já porque se sentaram demasiado nas bases.
Para consolidarmos as nossas regiões libertadas temos que trabalhar mais junto da nossa população, para aumentar a produção. Temos que ser capazes de fazer o nosso povo lavrar mais terra, produzir mais arroz; preparar o nosso povo para novas produções mesmo. Porque, mais dia menos dia, temos que começar a produzir mancarra nas nossas áreas libertadas, para podermos vendê-la fora da nossa terra, como outros produtos ainda. Temos que levar como palavra de ordem do Partido, nas áreas libertadas, a diversificação, quer dizer, variar os produtos agrícolas, para o nosso povo poder comer melhor, para os nossos combatentes também comerem melhor. Nas áreas libertadas onde há combatentes, temos de fazer os combatentes trabalharem também, como já dissemos.
Avançar com a nossa agricultura, passo a passo, sem grandes manias, avançar com o trabalho do nosso artesanato, ajudar a nossa população a fazer panos, esteiras e balaios, potes, moringos e sobretudo, também, fazer obras de arte, esculturas. Isso pode ser de alto valor para o nosso Partido e para mostrar às pessoas a nossa capacidade. Devemos trabalhar muito para melhorar cada dia mais o trabalho do nosso sistema de abastecimento das áreas libertadas em artigos de primeira necessidade. Um artigo de primeira necessidade, por exemplo, é o sabão; o nosso povo deve lavar a sua roupa, o seu corpo, etc.. Já começámos a fazer sabão nas nossas áreas libertadas, mas até hoje não fomos capazes de fazer sabão como deve ser, quando é fácil e temos bastante óleo de palma. Os nossos responsáveis da produção encarregados disso têm dado algum resultado, mas muito longe do resultado que de facto podem obter.
Há outras coisas que podemos fazer nas nossas áreas libertadas. Temos que fazer força para ajudar o nosso povo a obter ferro para preparar coisas para a agricultura, para utensílios de lavoura, meios para os nossos ferreiros trabalharem.
Os nossos armazéns do povo têm que saber distribuir bem os produtos que o Partido consegue, têm que saber guardar e distribuir bem os produtos comprados ao povo em troca por artigos de primeira necessidade, como tecidos e outras coisas. Até hoje, temos feito um bocado, mas os nossos armazéns do povo ainda não funcionam bem. Claro que a dificuldade grande é que às vezes não temos nada para lhes mandar, mas eu falo de quando há. O Partido, no plano exterior, está a fazer cada dia mais força para aumentar sempre a quantidade de mercadorias. E este ano, felizmente, temos promessas grandes. Se a nossa luta se mantiver bem, se conseguirmos reter o inimigo no terreno como deve ser, para não nos fazer mal nenhum, podemos dar ao nosso povo, este ano, muitos artigos de primeira necessidade. Mas, para isso, temos que distribuir bem, a horas, como deve ser, sem malandrices, sem procurar enganar o povo. E nós temos que, por outro lado, rigorosamente, cobrar ao povo as coisas que ele tem que dar: arroz, rola, coconote, cera, peles de animais, etc.. E os nossos responsáveis da produção devem guardar isso como deve ser, conservar como deve ser, para ser usado ou vendido correctamente.
Temos que ter controle da produção. Não podemos aceitar a falta de controle. Não podemos aceitar condições. Como aconteceu, por exemplo, quando pusemos um camarada a controlar a nossa economia e os camaradas não gostaram; ficaram furiosos com ele, porque ele não os deixava vender as vacas do Partido. Então apareceram uma série de intrigas contra o camarada, fizeram que os próprios combatentes se aborrecessem, porque ele não deixava ninguém comer vacas. Mas a ideia não era essa, era a de fazer com que se revoltassem contra ele para ser tirado de lá, porque isso impedia alguns responsáveis de vender as vacas. Temos que acabar com isso, temos que aceitar o controle, aceitar a inspecção. Não por desconfiança, é por causa da segurança.
Temos que melhorar cada dia o nosso ensino, os nossos internatos, a nossa Escola-Piloto. Isso também é consolidação das nossas áreas libertadas; embora a nossa Escola-Piloto esteja fora, faz parte das nossas áreas libertadas, porque recebe os melhores, alunos das nossas escolas das áreas libertadas, está integrada no nosso sistema de ensino das áreas libertadas, e está fora, porque aí temos melhores condições para podermos fazer nela aquele trabalho que queremos fazer nesta fase da nossa luta.
Melhorar o nosso ensino, quer dizer, aumentar o número de escolas. Mas aumentar as nossas escolas não chega para melhorar o nosso ensino, às vezes ate pode prejudicar, porque se aumentarmos muito as escoas, depois não temos material suficiente para dar aos alunos, não temos bons professores para fazer os alunos aprender de facto. É melhor ter um certo número de escolas, mesmo poucas, garantindo um bom ensino aos nossos alunos, em todos os níveis que for preciso. E, a pouco e pouco então, à medida que o Partido vai tendo meios, podemos aumentar o número de escolas, sobretudo meios humanos, quer dizer, professores bons. Porque ter professores para não ensinarem nada, só para passar o tempo, isso não vale a pena. Temos que fazer as nossas escolas cumprirem o dever que o Partido lhes deu —ensino, mas também trabalho. Trabalho para manterem a escola como deve ser, trabalho de produzir na agricultura para o alimento dos alunos e dos nossos combatentes, para exercício dos nossos alunos, para ninguém pensar que ir à escola quer dizer não lavrar mais. Uma das desgraças da África, hoje em dia, é a seguinte: quem faz o segundo grau, já não quer pegar no arado ou na enxada para lavrar a terra.
Nós, na nossa terra, mesmo que levemos o nosso povo até ao sétimo ano do liceu, tem que pegar na enxada e no arado, hoje, amanhã em tractores também, para lavrarem a nossa terra como deve ser. Ter internato nas nossas áreas libertadas é bastante importante, mas antes de fazermos internatos temos que ver bem se de facto podemos manter os internatos, se há segurança bastante para os alunos não correrem o risco de serem mortos no internato, se há meios bastantes para podermos ter que comer no internato.
Não podemos criar um internato, na ideia de que o Partido vai mandar comida de fora: o Partido pode fazer esforço, mandar roupa, sapatos, calções de ginástica, roupa de ginástica em geral, para o internato, livros, cadernos, lápis, giz, tinta, canetas, etc., mas o internato tem que ter pelo menos a sua comida. A
nossa ordem é esta: o internato que não é capaz de ter a sua comida, fecha. Porque nas condições da nossa luta, da nossa terra, não podemos pretender mandar comida para os internatos, de fora da nossa terra. Isso é impossível. O internato deve ser sustentado, ou pelo nosso povo dentro da nossa terra, que dá comida para os filhos, ou pelo próprio internato que lavra arroz e outros produtos, para ter a sua comida, para guardar, para comer como deve ser''.
Isso já é um bom trabalho, mas nós temos que fazer ainda mais e melhor trabalho, para acabarmos completamente com a saída da nossa gente das áreas libertadas, para convencer a nossa gente a voltar às áreas libertadas da nossa terra, tanto os que foram para as cidades, como aqueles que saíram para fora da nossa terra. Para consolidarmos mais a organização do Partido nas áreas libertadas devemos fazer mais ainda. Desenvolver mais o nosso trabalho na instrução, embora tenhamos diminuído o número de escolas, mas para darem mais rendimento; nos nossos hospitais, nos nossos postos sanitários, mesmo que sejam poucos, mas devemos trabalhar bem, para mostrarmos que servem; os nossos armazéns do povo devem funcionar como deve ser. Os nossos militantes que trabalham nos armazéns do povo não devem furtar. Isso é muito importante. Devemos fazer tudo para o nosso povo, nas áreas libertadas, ter a capacidade de
controlar os nossos armazéns do povo.
Para construirmos as nossas áreas libertadas, a primeira condição é aquela que já dissemos: melhorar o nosso trabalho político. Para isso é preciso que os dirigentes do Partido, do Comité Inter-Regional ou de Zona, vivam de facto no meio da população, com a população. Infelizmente, a tendência é para criar bases centrais. O Comité Inter-Regional tem a sua base, o Comité de Zona está na sua base, a população está na sua barraca ou na sua tabanca, e o dirigente está longe, criando um abismo entre ele e a população que dirige. Há muito tempo que demos a palavra de ordem: os dirigentes dos Comités de Zona e Inter-Regionais devem estar junto do povo; não há barracas, não há bases, a sua base, se é de zona, deve ser cada barraca do povo, cada tabanca do povo. Um dia está numa, outro dia noutra, movimentando-se sempre, porque, como dirigente de Zona, não deve estar parado nunca num mesmo lugar. Isso não só aumenta o rendimento do seu trabalho, faz-lhe cumprir melhor o seu dever, como aumenta também a sua própria segurança.
Os comissários políticos de Zona, a segurança, os chefes da instrução, os chefes de saúde, os chefes
de abastecimento, nunca devem estar parados, devem estar sempre em ligação do, povo, seguindo
todos os problemas do povo, procurando resolver todos os seus problemas com o povo. O comissário político da Inter-Região, a segurança, o responsável da instrução, o responsável da saúde, do abastecimento, da milícia devem estar sempre em movimento através das zonas e até, se puder ser também, nas barracas e nas tabancas, vivendo sempre com a população. Em cada lugar que chegar deve reunir-se com os Comités de Zona desses lugares, dando ordens, tomando pulso para saber como é que as coisas estão, fazendo reuniões com a população, esclarecendo e ajudando a resolver os problemas que os Comités de Zona não são capazes de resolver, em ligação íntima com os dirigentes de Zona e, através deles e directamente também, com as nossas massas populares das zonas libertadas. Assim é que devemos de facto trabalhar muito para dirigir e aumentar a consolidação das nossas áreas libertadas.
Mas também os nossos comandantes das Forças Armadas, tanto comandantes principais como
comandantes de Corpos do Exército, devem estar em ligação com os combatentes por todo o
lado, não fechados no comando, enquanto as forças agem. Tanto do lado Norte como do lado Sul
do país fecham-se no comando e não têm contactos com as suas forças. Devemos ter forças por
todo o lado. Se há bigrupos no entroncamento de Buba, o comandante deve ir lá vê-los; se estão
para os lados de Nhala, deve ir lá vê-los, ou em Gangénia, ou em Madina de Baixo, na área de Jabadá, metido entre os tugas; nas imediações de Gantongó, em Sambuia, N'Goré, ou em qualquer outra base do Norte da nossa terra, na área de Mansabá ou na área de Maqué; um comandante ou comissário político deve estar junto das Forças Armadas, sempre, sempre em movimento, marcando um sítio, ou vários sítios, para fazer reuniões com outros responsáveis, mas sempre em movimento. Além disso, como em geral os nossos comandantes, os nossos responsáveis principais das Forças Armadas são também dirigentes políticos, eles têm obrigação de reunir com o Comité Inter-Regional para discutir problemas, para fazerem coordenação de trabalho com os Comités de Zona, para fazerem coordenação do trabalho até com a população, para ajudarem os comissários políticos, segurança, etc., a trabalharem. Esta é a melhor maneira para consolidarmos a nossa situação nas áreas libertadas, na nossa luta em geral.
Devemos estar convencidos de que o lugar dos dirigentes do Partido é no meio da população, não
é sentados em nenhuma base; o lugar dos dirigentes das Forças Armadas, é no meio dos combatentes, não é sentados em nenhum comando. Pode ter um comando ou um ponto bem seguro, onde tem, por exemplo, a sua rádio, uma ou duas pessoas de confiança, a sua guarda, onde pode ir de vez em quando, mas deve estar sempre em movimento, até para a sua própria segurança. Há responsáveis das nossas Forças Armadas que morreram já porque se sentaram demasiado nas bases.
Para consolidarmos as nossas regiões libertadas temos que trabalhar mais junto da nossa população, para aumentar a produção. Temos que ser capazes de fazer o nosso povo lavrar mais terra, produzir mais arroz; preparar o nosso povo para novas produções mesmo. Porque, mais dia menos dia, temos que começar a produzir mancarra nas nossas áreas libertadas, para podermos vendê-la fora da nossa terra, como outros produtos ainda. Temos que levar como palavra de ordem do Partido, nas áreas libertadas, a diversificação, quer dizer, variar os produtos agrícolas, para o nosso povo poder comer melhor, para os nossos combatentes também comerem melhor. Nas áreas libertadas onde há combatentes, temos de fazer os combatentes trabalharem também, como já dissemos.
Avançar com a nossa agricultura, passo a passo, sem grandes manias, avançar com o trabalho do nosso artesanato, ajudar a nossa população a fazer panos, esteiras e balaios, potes, moringos e sobretudo, também, fazer obras de arte, esculturas. Isso pode ser de alto valor para o nosso Partido e para mostrar às pessoas a nossa capacidade. Devemos trabalhar muito para melhorar cada dia mais o trabalho do nosso sistema de abastecimento das áreas libertadas em artigos de primeira necessidade. Um artigo de primeira necessidade, por exemplo, é o sabão; o nosso povo deve lavar a sua roupa, o seu corpo, etc.. Já começámos a fazer sabão nas nossas áreas libertadas, mas até hoje não fomos capazes de fazer sabão como deve ser, quando é fácil e temos bastante óleo de palma. Os nossos responsáveis da produção encarregados disso têm dado algum resultado, mas muito longe do resultado que de facto podem obter.
Há outras coisas que podemos fazer nas nossas áreas libertadas. Temos que fazer força para ajudar o nosso povo a obter ferro para preparar coisas para a agricultura, para utensílios de lavoura, meios para os nossos ferreiros trabalharem.
Os nossos armazéns do povo têm que saber distribuir bem os produtos que o Partido consegue, têm que saber guardar e distribuir bem os produtos comprados ao povo em troca por artigos de primeira necessidade, como tecidos e outras coisas. Até hoje, temos feito um bocado, mas os nossos armazéns do povo ainda não funcionam bem. Claro que a dificuldade grande é que às vezes não temos nada para lhes mandar, mas eu falo de quando há. O Partido, no plano exterior, está a fazer cada dia mais força para aumentar sempre a quantidade de mercadorias. E este ano, felizmente, temos promessas grandes. Se a nossa luta se mantiver bem, se conseguirmos reter o inimigo no terreno como deve ser, para não nos fazer mal nenhum, podemos dar ao nosso povo, este ano, muitos artigos de primeira necessidade. Mas, para isso, temos que distribuir bem, a horas, como deve ser, sem malandrices, sem procurar enganar o povo. E nós temos que, por outro lado, rigorosamente, cobrar ao povo as coisas que ele tem que dar: arroz, rola, coconote, cera, peles de animais, etc.. E os nossos responsáveis da produção devem guardar isso como deve ser, conservar como deve ser, para ser usado ou vendido correctamente.
Temos que ter controle da produção. Não podemos aceitar a falta de controle. Não podemos aceitar condições. Como aconteceu, por exemplo, quando pusemos um camarada a controlar a nossa economia e os camaradas não gostaram; ficaram furiosos com ele, porque ele não os deixava vender as vacas do Partido. Então apareceram uma série de intrigas contra o camarada, fizeram que os próprios combatentes se aborrecessem, porque ele não deixava ninguém comer vacas. Mas a ideia não era essa, era a de fazer com que se revoltassem contra ele para ser tirado de lá, porque isso impedia alguns responsáveis de vender as vacas. Temos que acabar com isso, temos que aceitar o controle, aceitar a inspecção. Não por desconfiança, é por causa da segurança.
Temos que melhorar cada dia o nosso ensino, os nossos internatos, a nossa Escola-Piloto. Isso também é consolidação das nossas áreas libertadas; embora a nossa Escola-Piloto esteja fora, faz parte das nossas áreas libertadas, porque recebe os melhores, alunos das nossas escolas das áreas libertadas, está integrada no nosso sistema de ensino das áreas libertadas, e está fora, porque aí temos melhores condições para podermos fazer nela aquele trabalho que queremos fazer nesta fase da nossa luta.
Melhorar o nosso ensino, quer dizer, aumentar o número de escolas. Mas aumentar as nossas escolas não chega para melhorar o nosso ensino, às vezes ate pode prejudicar, porque se aumentarmos muito as escoas, depois não temos material suficiente para dar aos alunos, não temos bons professores para fazer os alunos aprender de facto. É melhor ter um certo número de escolas, mesmo poucas, garantindo um bom ensino aos nossos alunos, em todos os níveis que for preciso. E, a pouco e pouco então, à medida que o Partido vai tendo meios, podemos aumentar o número de escolas, sobretudo meios humanos, quer dizer, professores bons. Porque ter professores para não ensinarem nada, só para passar o tempo, isso não vale a pena. Temos que fazer as nossas escolas cumprirem o dever que o Partido lhes deu —ensino, mas também trabalho. Trabalho para manterem a escola como deve ser, trabalho de produzir na agricultura para o alimento dos alunos e dos nossos combatentes, para exercício dos nossos alunos, para ninguém pensar que ir à escola quer dizer não lavrar mais. Uma das desgraças da África, hoje em dia, é a seguinte: quem faz o segundo grau, já não quer pegar no arado ou na enxada para lavrar a terra.
Nós, na nossa terra, mesmo que levemos o nosso povo até ao sétimo ano do liceu, tem que pegar na enxada e no arado, hoje, amanhã em tractores também, para lavrarem a nossa terra como deve ser. Ter internato nas nossas áreas libertadas é bastante importante, mas antes de fazermos internatos temos que ver bem se de facto podemos manter os internatos, se há segurança bastante para os alunos não correrem o risco de serem mortos no internato, se há meios bastantes para podermos ter que comer no internato.
Não podemos criar um internato, na ideia de que o Partido vai mandar comida de fora: o Partido pode fazer esforço, mandar roupa, sapatos, calções de ginástica, roupa de ginástica em geral, para o internato, livros, cadernos, lápis, giz, tinta, canetas, etc., mas o internato tem que ter pelo menos a sua comida. A
nossa ordem é esta: o internato que não é capaz de ter a sua comida, fecha. Porque nas condições da nossa luta, da nossa terra, não podemos pretender mandar comida para os internatos, de fora da nossa terra. Isso é impossível. O internato deve ser sustentado, ou pelo nosso povo dentro da nossa terra, que dá comida para os filhos, ou pelo próprio internato que lavra arroz e outros produtos, para ter a sua comida, para guardar, para comer como deve ser''.
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