"Ação em rede social não basta para mobilizar as pessoas, diz sociólogo"
O franquismo dominava a cena espanhola quando um estudante de 18 anos decidiu entrar nos cinemas de Barcelona para alterar seu enredo.
Escolheu salas na periferia, aproveitou a escuridão para deixar folhetos de protesto nas cadeiras e terminou a noite com uma sensação: "As palavras que eu havia transmitido poderiam mudar algumas mentes que acabariam por mudar o mundo".
O objetivo principal não foi alcançado, e a ditadura espanhola perdurou até os anos 1970. Décadas mais tarde, ao descrever seu ato, Manuel Castells concluiu que ignorava coisas importantes da comunicação. "Não sabia que a mensagem só é eficaz se o destinatário estiver disposto a recebê-la e se for possível identificar o mensageiro e ele for de confiança", escreveu.
O jovem revolucionário acabou exilado em Paris, onde deu início a uma trajetória que fez dele um dos mais destacados sociólogos do mundo. Famoso por estudar sobre poder das redes e o impacto social da informação, Castells diz, em entrevista por e-mail, que o Facebook sozinho não é capaz de mudar a história.
É muita pena triste e lamentável de ver as nossas riquezas estão sendo jogado pelo mundo fora sem nenhum tipo de beneficio para população local...ou seja são beneficiados os pequenos números de otários...cadê os nossos autoridades e cadê a cidadania.
estou falando de caso de floresta de sona Sul da Guiné-Bissau, que os Chineses estão colocando nos contentores pra levar...olha povo de Guiné- Bissau vamos ao revolução coisa séria se resolve olho no olho.
juventude Guineense vocês são a força motor da nossa jovem Democracia, portanto devemos seguir a ideia de povo Brasileiros baseada nas manifestações pacificas sem vandalismo, é muita corrupção no país, sem educação, sem saúde, sem empregos para a camada jovem e, cadê o preço de caju para nossos agricultores poxa está mais de que na hora de acordar o povo Brasileiro já acordou.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
domingo, 9 de junho de 2013
A Corrupção e política instável na Guiné-Bissau
Ando pensando muito atualmente sobre como o poder está mudando no
mundo de hoje. Estes são cinco livros velhos que me vêm ajudando a entender
tendências novas entre eles, ( “O PRINCÍPE” ESCRITOS POLÍTICOS DE NICOLAU
MAQUIAVEL E, DE JUAN J. LINNZ E ALFRED STEPAN )
Para (Stepan e Alfrd ) uma transição democrática está completa
quando um grau suficiente de acordo foi alcançado quando os procedimentos
políticos visando obter um governo eleito; quando um governo chega ao poder
como resultado direto de voto popular livre; quando esse governo tem, de fato a
autoridade de gerar novas políticas; e quando os poderes executivo, legislativo
e judiciário criados pela nova democracia, não tem que, de júri dividir o com
outros organismos.
A transição democrática iniciou-se
em 1990. Em maio de 1991, o
PAIGC deixou de ser o partido único com a adoção do pluripartidarismo. As
primeiras eleições multipartidárias tiveram lugar em 1994. Na
ocasião, o PAIGC obteve maioria na Assembleia Nacional Popular e João Bernardo
Vieira foi eleito presidente da República. De lá pra cá na Guiné –Bissau, não
tem nenhum governo eleito que chegou ao fim do seu mandato.
Portanto entendeu-se que a corrupção é um dos
problemas do país, onde o governo é o maior empregador e a iniciativa privada
começa a se organizar para viver sem o guarda-chuva.
A luta por
democracia, liberdade e educação costumava ser coisa de gente grande,
militantes organizados, grupos liderados por adultos que usavam meios e
estratégias tradicionais. Mas o mundo mudou e na primeira década do século XXI
vemos meninas e jovens mulheres dedicando sua vida a ideais humanistas e
universais usando formas inusitadas para divulgar suas ideias.
A atual
crise Guineense mostra que o país ainda tem um longo aprendizado sobre o que é
democracia.
O fato democrático parece ser hoje a única base de consenso
descoberta nas diversas figurações encontradas acerca de ordenação do mundo
público. De todos os lados sobressai a preocupação de fazer valer uma premissa:
se nada nos é garantido, que nos reste em último plano a democracia.
O ponto é justamente este. Sendo a democracia aquilo que nós
devemos conservar, o que ela é realmente? Quais são as características
fundamentais desde último laço que ainda sustenta nossa união? E será mesmo que
o conceito e realidade se fundem de maneira harmoniosa?
“O Presidente da
República disse ainda que o atraso na formação do governo tem a ver com os
próprios valores da democracia porque “se fosse na ditadura já teria feito o
Governo há muito tempo mas, como estamos em democracia, temos que discutir e
buscar cedências aqui e acolá, para que o consenso assumido seja respeitado” http://www.gbissau.com/?p=6091#more-6091
"Um presidente da República
não é para ser o gerente do país. O presidente da República é para ter visão
estratégica".
Analisando com precisão as
diversas faces do conceito. Do ponto vista da definição clássica do termo, este se assenta em duas
ideias principais: a vontade do povo e o bem comum. Democracia nesse sentindo,
é exercício da vontade popular, por meio da reunião de indivíduos de cada
comunidade para discussão e votação dos assuntos públicos, onde resultado é
visto como expressão do bem comum daquela comunidade.
Portanto eu, não entendo o porquê
o nosso presidente, “SIRIFO NHAMADO” fala tanto em nome da democracia sendo ele
é um dos 5 cidadãos guineense que na minha análises preliminares acerca do
golpe indicam que o seu “objetivo principal” consistiu em comprometer a realização
da 2ª volta das eleições presidenciais concomitantemente, evitar a eleição de
Carlos Gomes Jr como novo PR.
AS
CONSEQUENCIA DE GOLPE DE ESTADO DE 12 DE ABRIL DE 2012
.É hora de virar a página
e aceitar que evolução
macroeconómica da
Guiné-Bissau tem sido afetada pelo golpe de Estado ocorrido em 12 de Abril
de 2012. A taxa de crescimento da economia em 2012 deverá ser de -1.5%, contra
5.3% em 2011. Esta desaceleração explica-se pela queda registada na produção e
no preço da castanha de caju nos mercados internacionais. A castanha de caju
contribui, em média, em 30% para o valor acrescentado do sector primário. O seu
preço médio de venda, que se situava nos 1.350 dólares americanos (USD), por
tonelada, em 2011, fixou-se, em termos médios, em 1 081 USD, por tonelada, em
2012. Para 2013 e 2014, as taxas esperadas de crescimento real do PIB são,
respectivamente, 4.2% e 3.5%. A inflação, que atingiu 5.0% em 2011, devido à
alta registada nos preços dos produtos importados deverá ajustar-se dada a
esperada evolução macroeconómica. A retoma gradual das atividades e o
abastecimento adequado do mercado interno deverão fazer baixar a inflação para
cerca de 2.1% em 2012. Para 2013 e 2014, a inflação estimada é de, 3.3% e 2.5%,
respectivamente.
O saldo
orçamental deverá atingir -2.3% do PIB em 2012,
contra 0.4% do PIB em 2011. Através dos esforços de contenção de custos e de
mobilização de receitas, o saldo orçamental deve melhorar para 0.8% do PIB em
2013. O défice da balança corrente deteriorou-se em 2012, em 6.3% do PIB. Com o
aumento esperado de 5.0%, em 2013, na produção e exportação de castanha de caju
e uma colheita 2012/13 satisfatória, as importações de alimentos devem
desacelerar. Além disso, é esperada uma melhoria do défice das contas correntes
para 4.7% do PIB, em 2013, e 4.3% do PIB, em 2014.
A
situação social continua
precária. Com
um dos mais baixos indicadores de desenvolvimento humano (IDH): 0.353, o país
ocupa a 176ª num total de 192 países avaliados (RDH 2011). Em 2010, o PIB per capita era de 614 USD. Mais de dois terços da
população vive com menos de 2 USD por dia e, destes, 33,0% com menos de 1 USD
por dia. Entre 2000 e 2010, o país registou uma taxa de crescimento médio anual
do IDH de 0.9%, contra 2.1% para a África subsaariana e 1.68% para os países
com IDH muito baixo. Dois fatores contribuem para o baixo IDH da Guiné-Bissau:
a pobreza generalizada, com um rendimento monetário muito baixo, em razão da
falta de oportunidades de trabalho, e a esperança de vida (48.6 anos) afetada
por dificuldade de acesso a serviços de saúde de qualidade.
No
que respeita ao sector mineiro e ao petróleo, a Guiné-Bissau ainda não explora
os seus recursos, com excepção da exploração de pedreiras a céu aberto e de uma
limitada exploração artesanal de ouro. No entanto, em anos recentes, tanto na
área da bauxite (2007) como do fosfato (1997), foram registadas operações de
concessão de exploração. No sector petrolífero, foram feitas diversas
descobertas a partir da prospecção de petróleo off-shore, mas a sua viabilidade
comercial ainda não foi provada.
Olhando
para esse quadro comparativo trouxe para nossa discussão e juntos refletirmos os
campos da democracia que, poderiam ajudar numa democracia consolidada.
1º Sociedade Civil > Liberdade
de Associação e Comunicação
Estado
de direito que estabeleça garantias legais.
Aparato
estatal para aplicar, pela força da lei, os direitos da sociedade civil, caso
sejam violados. Sociedade econômica suficientemente pluralista para assegurar o
grau necessário de autonomia e atividade da sociedade civil.
Os
interesses e os valores da sociedade civil são os princípios geradores da
sociedade política.
A
sociedade civil gera ideias e ajuda monitorar o aparato estatal e a sociedade
econômica.
2º Sociedade Política Competição eleitoral livre e inclusiva
Precisa de legitimidade aos olhos da sociedade.
Precisa de garantias legais ancorada no estado de direito
e mantidas por um aparato estatal imparcial.
3º Estado de Direito
Constitucionalismo
Uma cultura legal com fortes raízes na sociedade civil e
respeitada pela sociedade política e pelo aparato estatal.
Bernardo José Paralta.
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Dia Mundial do Meio Ambiente 2013: conheça a origem e os objetivos
Comemorado em 5 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente foi criado pela Assembleia Geral da ONU em 1972 para marcar a abertura da conferência de Estocolmo. No mesmo dia, foi criado o Programa Ambiental das Nações Unidas (Unep, na sigla em inglês). O dia é considerado uma das principais ações das Nações Unidas para chamar a atenção para como afetamos a natureza.
Em 2013, a ONU chama a atenção para o desperdício de comida. Segundo a organização, são desperdiçados 1,3 bilhão de toneladas de alimentos anualmente - o equivalente a um terço de toda a produção mundial. Somente nos chamados países desenvolvidos, são 222 milhões de toneladas desperdiçadas - quase o mesmo produzido em toda a África Subsaariana, 230 milhões. De acordo com o Unep, em todo o planeta, uma em cada sete pessoas vai para a cama com fome e, a cada ano, 20 mil crianças com menos de 5 anos morrem por desnutrição.
Os Estados Unidos desperdiçam US$ 48,3 bilhões todo ano
Segundo a ONU, devemos notar que, quando desperdiçamos alimentos, perdemos também todos os recursos utilizados na sua produção. Para se fazer um litro de leite, por exemplo, utilizamos mil litros de água. Para um quilo de hambúrguer, se vão 16 mil litros. Além disso, a produção de comida tem um grande impacto ambiental: ela ocupa 25% das terras do planeta e é responsável por 70% do consumo de água doce, 80% do desflorestamento e 30% das emissões dos gases de efeito estufa.
Por causa disso, a organização sugere que as pessoas escolham comidas com menor impacto ambiental, como alimentos orgânicos - que não usam substâncias químicas em sua produção. Além disso, é importante procurar produtos locais, que não causam grandes emissões em seu transporte.
Nos países em desenvolvimento, a ONU afirma que a perda ocorre principalmente na produção e transporte. Investimentos para dar suporte aos produtores e melhorar a infraestrutura são necessários, afirma. Nas nações mais ricas, o problema está no comportamento do consumidor, que joga fora muita comida.
Essa é uma falta de respeito com nossos Agricultores... de um Governo sem noção de Responsabilidade
Bissau - O ministro das Finanças do Governo de transição da Guiné-Bissau, Abubacar Demba Dahaba, alertou terça-feira os empresários envolvidos na campanha de cajú para a necessidade de escrita organizada como condição para empréstimos bancários, afirmando que "dinheiro não falta".
"Não há falta de dinheiro, há necessidade de organizar as empresas", disse Abubacar Demba Dahaba numa conferência de imprensa, na qual falou também da difícil situação económica que a Guiné-Bissau atravessa.
A época da apanha do cajú é por norma a que representa mais receitas para o Estado mas também ela não tem corrido da melhor forma este ano. O ministro disse por exemplo que os operadores envolvidos na campanha do cajú são os mesmos que importam mercadorias e bens de consumo, que são tributadas, e que agora por causa do caju as importações abrandaram.
"Normalmente, é um período de alta mas há dificuldades de receitas", disse.
Demba Dahaba já tinha falado há cerca de duas semanas na questão da necessidade e as empresas terem escrita organizada, mas hoje convocou os jornalistas para falar apenas dessa questão, explicando que o Banco Central da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) tem disponível, para ajudar a campanha agrícola guineense, 53 milhões de euros (35 mil milhões de francos CFA).
"As empresas que têm escrita organizada não vão ter problemas de dinheiro para financiar a actividade", disse o ministro, alertando para a necessidade de se apresentar o balanço dos três últimos anos de actividade para que os bancos possam emprestar dinheiro.
O governo de transição da Guiné-Bissau quer sensibilizar os empresários para a necessidade de terem escrita organizada, mas igualmente as instituições bancárias para que façam um trabalho também de sensibilização, porque se o país continua "na informalidade" no futuro pode ficar "completamente bloqueado".
Além do dinheiro da UEMOA, há ainda um fundo de três milhões de dólares oferecido pelo Kuwait, que já está disponível e que também pode ser utilizado, disse o responsável.
Demba Dahaba lembrou que na sequência do golpe de Estado do ano passado muitos projectos e financiamentos externos foram cancelados, o que levou a que a economia regredisse em 2012. Para este ano está previsto um crescimento de 3,5% mas "a saúde da economia não é boa", admitiu.
Há mais de um mês que se discute na Guiné-Bissau a formação de um novo governo de transição, mas até agora nada foi decidido. O ministro lamentou que na Guiné-Bissau se façam leituras políticas, mas que ninguém tenha o cuidado de "fazer a leitura das consequências económicas" das situações de incerteza.
terça-feira, 4 de junho de 2013
Comunidade islâmica preocupada com presença de xiitas
Bissau - A comunidade islâmica da Guiné-Bissau manifestou-se preocupada com a presença cada vez maior de muçulmanos xiitas e chama a atenção das autoridades "para os riscos de conflitos" que estes poderão trazer ao país.
Recentemente uma ONG islâmica, a Ajures, Associação Juvenil para a Reinserção Social, juntou, em Bissau, num seminário, mais de 200 imãs e apeladores (sensibilizadores) islâmicos para falar sobre a "crescente presença de xiitas na Guiné-Bissau".
A Lusa falou com alguns dos intervenientes, tendo o xeque Malam Djassi, da Ajures, dito que a presença dos xiitas "pode trazer um conflito interno entre os muçulmanos", pelo que apelou para uma intervenção das autoridades, ao mesmo tempo que exortou para o reforço da sensibilização junto dos fiéis.
"Não temos força para tirar esses elementos xiitas do nosso país, mas podemos chamar a atenção do Estado, porque se um dia houver aqui uma carnificina entre os muçulmanos seria mau para o nosso país", defendeu Malam Djassi, para quem os seguidores do islamismo na Guiné-Bissau têm pouca informação sobre os diferentes grupos islâmicas.
O imã Aliu Bodjan, líder da principal mesquita de Bissau, enfatizou que a presença dos xiitas em grande número em certos países traz sempre a instabilidade.
"Pedimos a Alá para que isso não venha a acontecer no nosso país. Vejam o caso da Nigéria, onde a seita Boko Haram faz aquelas atrocidades em nome do islão", disse hoje o imã Bodjan, também em declarações à Lusa.
Para o imã Mamadu Iaia Djaló, também da mesquita central de Bissau, o problema reside no facto de os xiitas andarem a dar dinheiro às pessoas para que estas adiram "à sua propaganda".
"Chegam a pagar até 50 mil francos para atrair os fiéis, com alegação de que somos todos muçulmanos, mas se for este o caso porque dão dinheiro aos fiéis?", questionou o imã Iaia Djaló.
Este responsável disse que o "perigo" da invasão dos xiitas se nota sobretudo em países africanos ao sul do Sahara aproveitando-se da pobreza da população. Iaia Djaló enfatizou que os angariadores de fiéis "estão trabalhar a cabeça das pessoas" para "coisas que ninguém sabe".
De acordo com os líderes islâmicos guineenses, o terrorismo e o radicalismo islâmico são as principais caraterísticas personificadas pelos xiitas, sublinhando que esses problemas poderão chegar ao país.
Na Guiné-Bissau, como em quase todos os países africanos, a maioria da comunidade islâmica pratica a corrente sunita do islão.
O xeque Malam Djassi explicou que a presença dos elementos xiitas na Guiné-Bissau já está a trazer conflitos em certas zonas do país.
"Existem em toda parte da Guiné-Bissau. Na região de Gabu (leste) construíram lá uma grande mesquita. Há zonas em que já tiveram conflitos com a nossa gente e até foram parar na polícia", disse Malam Djassi.
"Se entrares no caminho deles e se um dia quiseres sair podes até ser morto por eles", afirmou.
Os sunitas e os xiitas são as duas principais correntes da religião islâmica, mas que se diferenciam em relação ao profeta Maomé e sua descendência. Enquanto os sunitas se consideram os sucessores diretos do profeta Maomé, os xiitas não concordam e defendem que o profeta deveria ser Ali, genro do próprio Maomé.
Os sunitas correspondem a 85% de fiéis da religião islâmica no mundo, com uma grande maioria em países como Arábia Saudita, Egipto e Indonésia. No entanto, os xiitas predominam em países como Irão e Iraque.
Recentemente uma ONG islâmica, a Ajures, Associação Juvenil para a Reinserção Social, juntou, em Bissau, num seminário, mais de 200 imãs e apeladores (sensibilizadores) islâmicos para falar sobre a "crescente presença de xiitas na Guiné-Bissau".
A Lusa falou com alguns dos intervenientes, tendo o xeque Malam Djassi, da Ajures, dito que a presença dos xiitas "pode trazer um conflito interno entre os muçulmanos", pelo que apelou para uma intervenção das autoridades, ao mesmo tempo que exortou para o reforço da sensibilização junto dos fiéis.
"Não temos força para tirar esses elementos xiitas do nosso país, mas podemos chamar a atenção do Estado, porque se um dia houver aqui uma carnificina entre os muçulmanos seria mau para o nosso país", defendeu Malam Djassi, para quem os seguidores do islamismo na Guiné-Bissau têm pouca informação sobre os diferentes grupos islâmicas.
O imã Aliu Bodjan, líder da principal mesquita de Bissau, enfatizou que a presença dos xiitas em grande número em certos países traz sempre a instabilidade.
"Pedimos a Alá para que isso não venha a acontecer no nosso país. Vejam o caso da Nigéria, onde a seita Boko Haram faz aquelas atrocidades em nome do islão", disse hoje o imã Bodjan, também em declarações à Lusa.
Para o imã Mamadu Iaia Djaló, também da mesquita central de Bissau, o problema reside no facto de os xiitas andarem a dar dinheiro às pessoas para que estas adiram "à sua propaganda".
"Chegam a pagar até 50 mil francos para atrair os fiéis, com alegação de que somos todos muçulmanos, mas se for este o caso porque dão dinheiro aos fiéis?", questionou o imã Iaia Djaló.
Este responsável disse que o "perigo" da invasão dos xiitas se nota sobretudo em países africanos ao sul do Sahara aproveitando-se da pobreza da população. Iaia Djaló enfatizou que os angariadores de fiéis "estão trabalhar a cabeça das pessoas" para "coisas que ninguém sabe".
De acordo com os líderes islâmicos guineenses, o terrorismo e o radicalismo islâmico são as principais caraterísticas personificadas pelos xiitas, sublinhando que esses problemas poderão chegar ao país.
Na Guiné-Bissau, como em quase todos os países africanos, a maioria da comunidade islâmica pratica a corrente sunita do islão.
O xeque Malam Djassi explicou que a presença dos elementos xiitas na Guiné-Bissau já está a trazer conflitos em certas zonas do país.
"Existem em toda parte da Guiné-Bissau. Na região de Gabu (leste) construíram lá uma grande mesquita. Há zonas em que já tiveram conflitos com a nossa gente e até foram parar na polícia", disse Malam Djassi.
"Se entrares no caminho deles e se um dia quiseres sair podes até ser morto por eles", afirmou.
Os sunitas e os xiitas são as duas principais correntes da religião islâmica, mas que se diferenciam em relação ao profeta Maomé e sua descendência. Enquanto os sunitas se consideram os sucessores diretos do profeta Maomé, os xiitas não concordam e defendem que o profeta deveria ser Ali, genro do próprio Maomé.
Os sunitas correspondem a 85% de fiéis da religião islâmica no mundo, com uma grande maioria em países como Arábia Saudita, Egipto e Indonésia. No entanto, os xiitas predominam em países como Irão e Iraque.
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