sexta-feira, 15 de março de 2013

Bolama, inaugura biblioteca oferecida pela Câmara de Cascais




Bissau, 14 mar (Lusa) - A cidade de Bolama, na Guiné-Bissau, tem a partir de sábado uma biblioteca equipada com 50 mil livros, uma oferta da Câmara Municipal de Cascais, cidade com que Bolama é geminada.
Alexandre Faria, vereador da Câmara de Cascais, disse hoje à Lusa, em Bissau, que também no sábado será inaugurada a Rua de Cascais, na mesma artéria onde fica a biblioteca, um edifício antigo que foi reabilitado e que "será auto-sustentável, já que dispõe de painéis solares e está devidamente equipado".
A Câmara de Cascais, esclareceu, investiu cerca de 62 mil euros na estrutura, que está equipada com fotocopiadora, computador e salas de leitura.
A biblioteca "é já a maior do país e a primeira municipal", disse também à Lusa Ismael Medina, da Associação para o Desenvolvimento de Bolama (Pró-Bolama), "parceira" da autarquia portuguesa nesta iniciativa.
De acordo com Alexandre Faria, a Câmara de Cascais vai ainda investir 36 mil euros na criação de uma rádio comunitária em Bolama, que funcionará no mesmo edifício, que também vai albergar a sede da Pró-Bolama.
Com uma geminação oficializada em 2010, a Câmara de Cascais apoiou ainda o donativo de duas viaturas por parte da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cascais, uma delas uma ambulância totalmente equipada.
Na Guiné-Bissau está igualmente o vice-presidente da Associação, Victor Neves, e o comandante dos Bombeiros Voluntários de Cascais, João Loureiro, que vão em Bolama dar uma formação em primeiros socorros.
Victor Neves explicou à Lusa que "a ambulância medicalizada que está em Bolama permite fazer tudo para salvar vidas" e que por vezes se chega a substituir ao próprio centro de saúde.
"Estive em Bolama no ano passado, quando vim trazer a ambulância, Bolama não tinha nenhum equipamento do gênero", disse Victor Neves, acrescentando que a outra viatura oferecida também tem sido de extrema utilidade.
Agora, acrescentou, o sonho da Câmara e da Associação é dotar Bolama de um posto clínico com várias valências, que permita que ciclicamente especialistas de Bissau possam dar consultas na ilha utilizando os meios técnicos que lá sejam colocados.
No sábado, no âmbito da inauguração da Biblioteca, a associação Pró-Bolama vai homenagear Alexandre Faria, mas também os representantes dos bombeiros, "pelas atividades que têm desenvolvido em prol da cidade de Bolama", segundo Ismael Medina.
Bolama é uma das ilhas do arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau. A cidade de Bolama foi capital do país até 1941.

sexta-feira, 8 de março de 2013

QUEM SÃO CAUSADORES DA INSTABILIDADE POLÍTICA NA GUINÉ-BISSAU

Sociedade Civil organiza-se para abordar instabilidade no país 


Bissau - O Movimento da Sociedade Civil da Guiné-Bissau organiza a partir de hoje e até dia 15 encontros com os militares para falar das causas da instabilidade no país. disse à Lusa Mamadu Quetá, vice-presidente da organização. 

De acordo com Mamadu Quetá, vice-presidente da organização, citada pela Lusa, pretende-se juntar na mesma sala os militares, os políticos, os líderes religiosos e tradicionais, a juventude e as mulheres para falarem "olhos nos olhos das causas da instabilidade" no país. 

"Depois de várias situações de conflito que o país conheceu, onde os protagonistas foram os militares, há uma desconfiança visível da sociedade civil em relação aos militares. É preciso reverter isso na base do diálogo e concertação permanente", defendeu Quetá. 

 A ideia, adiantou o porta-voz do Movimento da Sociedade Civil, "é pôr toda a gente a explicar na sua perspetiva quem é o responsável pela instabilidade", mas sempre "num clima de respeito". 

"Alguns apontam os militares e outros os políticos como responsáveis pela instabilidade e numa mesa vai-se discutir isso de forma franca", observou, assinalando que a iniciativa, patrocinada pelo Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, visa dar uma nova imagem do país. 

"Estamos a trabalhar para a emergência de cultura de paz no país e desta forma criar um clima de confiança entre os militares e a sociedade civil", defendeu o porta-voz do
movimento. 

Os encontros, que devem ser iniciados hoje na cidade de Buba, sul do país, vão decorrer também em Mansoa, Bafatá e Bissau. As conclusões serão remetidas às autoridades do país, aos líderes políticos e aos representantes das instituições da comunidade internacional, afirmou Mamadu Quetá.