terça-feira, 19 de junho de 2012

Anotações do Repórter: Egito Volta ao Tahrir


CAIRO - início do ano passado, as imagens poderosas de milhões de inundações egípcios Tahrir Square se tornou um símbolo adotado pelo mundo como o marco zero de árabe autodeterminação.

Claro, a Tunísia foi a primeira revolução da Primavera árabe para depor um ditador. Bahrein, Iêmen e Síria tiveram seus levantamentos próprios, ainda em grande parte resolvidos.

Mas o Egito Tahrir Square foi vista como o ícone. Para muitos, representou e continua a representar a essência de um impasse do-ou-morre entre as pessoas e seus líderes não desejados.

No caso do Egito, em grande parte manifestações pacíficas alimentados por Facebook, Twitter e cobertura da mídia internacional levou à expulsão de strongarm presidente Hosni Mubarak. O vácuo resultante levou ao poder um conselho militar promete uma restauração rápida do regime civil. Isso foi há 16 meses e 16 meses as pessoas estavam doentes. Tahrir, também, o símbolo do idealismo que já mobilizou uma nação inteira, foi relativamente tranquila. Protestos contra o ritmo lento de transição eram pequenos. O nível de apatia política parecia ser palpável crescimento.

Mas tudo isso parece estar mudando novamente.
Para defensores da Morsi, Tahrir foi o palco para a celebração primeira vitória presidencial para um irmão muçulmano que esperam subir mais alto cargo da terra. Mas muitos visualizar estas celebrações como prematura na melhor das hipóteses.

Morsi, se realmente vitoriosa, foi despojado da maior parte dos poderes do SCAF. Além disso, Shafiq não admitiu a corrida. Com eventos de mudança em um ritmo rápido, uma mentalidade tem desenvolvido para "celebrar enquanto você pode" porque as regras podem mudar novamente.

De fato, embora abranja esta história no Cairo nos últimos seis dias, Tahrir parecia um verde comum, qualquer grupo político pode alugar gratuitamente.

O graffiti em torno da praça, também, pintou um retrato perturbador. Símbolos de Janeiro mártires 25 e anti-Mubarak slogans de primeiros dias da revolução foram substituídas por mais cínicos murais da SCAF puxam as cordas de esqueletos dançantes.

"Eu não acho que as pessoas calculou mal as intenções do SCAF", disse Ashraf Khalil, autor de Libertação Square, conta uma jornalista de 25 de Janeiro revolução. "Eles julgaram mal a verdadeira força do estabelecimento aqui e como rapidamente as coisas podem mudar."

Khalil disse que é possível que, mesmo durante ápice da revolução 25 de janeiro e os meses que se seguiram, o Egito permaneceu como rebelde como sempre, mas o foco sobre Mubarak oculta as linhas de falha.

"Eu acho que essa fragmentação que estamos vendo pode ser uma indicação da sociedade egípcia real. Quando um Mubarak é removido, todas essas linhas de falha vir para a frente. E não precisa ser necessariamente uma coisa ruim. Se qualquer coisa, ele teria sido mais saudável, se a forma como esta eleição presidencial ia estava trabalhando em algumas dessas novas linhas de fractura. Em vez disso, estamos revertendo para as linhas de falhas antigas. Estamos revertendo para o estabelecimento de segurança contra Irmandade Muçulmana. É a incapacidade de superar essas coisas, essas redes antigas. "

A existência de Mubarak ea pressão por sua saída foi o ponto focal de Tahrir em 2011. Ele impulsionou centenas de milhares de pessoas para levar para a praça. Mas Mubarak era apenas a figura de um estabelecimento entrincheirado militar liderado pelo SCAF. Egípcios, dizem alguns, parece ser despertar para o fato agora.

Hoje à noite, no meu sétimo dia, muitos egípcios estão retornando para o lugar que os uniu no ano passado. Como desta escrita, cerca de 70.000 pessoas desceram na Tahrir. Eles representam a liberdade da Irmandade Muçulmana e Justiça partido, o conservador An-Nour partido, a Coalizão da Juventude Revolucionária eo Movimento 06 de abril. Eles estão indignados, ensurdecedor e unificada.

Talvez isso levou algum tempo para os egípcios para perceber o que a imprensa internacional já havia avaliado - que tinham testemunhado um golpe militar suave e estavam sendo enganados fora da democracia que eles tanto lutaram para.

Se esta noite é qualquer indicação, o Egito não vai discretamente ...

Egypt's Mubarak Reported in Serious Condition


Mubarak do Egito, relatado em estado grave

Nesta imagem de vídeo retirado de televisão estatal egípcia, de 84 anos, ex-presidente egípcio Hosni Mubarak é visto em gaiola do réu como um juiz lê a sentença em sob a acusação de cumplicidade no assassinato de manifestantes durante a revolta do ano passado

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TAMANHO DO TEXTO
Elizabeth Arrott

19 de junho de 2012
CAIRO - mídia egípcia estão relatando outra crise grave de saúde para o ex-presidente egípcio, Hosni Mubarak. A notícia vem poucas semanas depois de Mubarak foi condenado à prisão perpétua por seu papel no assassinato de manifestantes que ajudaram a derrubá-lo.

Mubarak foi transferido da prisão do Cairo Torá terça-feira para um hospital militar. Há relatos conflitantes sobre sua condição, variando de estar inconsciente, de ser estável, mas em estado grave, para estar em suporte de vida. Mídia do Egito Estado informou que Mubarak havia sido declarado clinicamente morto. Mas fontes de segurança disse mais tarde que ele não estava.

Família de Mubarak e os médicos vêm tentando há semanas para que ele retornou ao hospital militar onde ele estava hospedado antes de sua sentença no início deste mês. Aqueles perto do líder de 84 anos, ex-dizem que ele tenazmente se opuseram a ser confinado à prisão.

Os últimos relatórios sobre a saúde de Mubarak veio como dezenas de milhares de manifestantes se reuniram na praça Tahrir, no centro das manifestações do ano passado que trouxe presidência de Mubarak 29 anos para um fim.

A última rodada de manifestações visam o conselho governante militar que sucedeu Mubarak.

Na semana passada, o Conselho Supremo das Forças Armadas supervisionou a dissolução judicial do parlamento, aspectos reintrodução da lei marcial, e tomou para si legislativo e alguns poderes executivos, ao mesmo tempo que prometeu entregar o poder a um civil recém-eleito presidente.

Quem será que o presidente ainda está para ser anunciado. Tanto a Irmandade Muçulmana, Mohammed Morsi e última Mubarak primeiro-ministro Ahmed Shafiq estão reivindicando a vitória, somando-se as tensões.

No bairro do Cairo sul, onde Mubarak foi hospitalizado, buzinas soaram e fogos de artifício iluminaram o céu na noite de terça-feira. Mas o ex-líder ainda tem simpatizantes, que lembram uma era de maior segurança e estabilidade quando Mubarak estava no poder.
“Todos os homens são intelectuais, mas nem todos os homens desempenham na sociedade a função de intelectuais” Gramsci
acorda Guiné
http://g1.globo.com/

terça-feira, 12 de junho de 2012

Parlamento Europeu condena papel da CEDEAO na crise da Guiné-Bissau

Parlamento Europeu

Guiné-Bissau

Parlamento Europeu condena papel da CEDEAO na crise da Guiné-Bissau

O Parlamento Europeu irá, esta quarta-feira (13.06) aprovar uma resolução sobre a situação política na Guiné-Bissau. O Eurodeputado português Paulo Rangel, um dos autores do documento, mostrou-se crítico da CEDEAO.
A resolução vai pedir a reposição imediata da ordem constitucional e a conclusão do processo eleitoral guineense, interrompido com o golpe de Estado de 12 de abril. Os eurodeputados apelam ao respeito pela integridade física de todos os funcionários públicos e cidadãos sob alçada dos militares autores do golpe.
O eurodeputado Paulo Rangel, um dos autores do documento, reconhece que a resolução do Parlamento Europeu não chega para solucionar o problema, mas constitui um passo porque legitima um mandato para outras ações.

DW África: O que é que se pode esperar desta tomada de posição formal do Parlamento Europeu?

Paulo Rangel (PR):
O que se pode esperar, no fundo, é uma coerência total entre as instituições internacionais quanto à atual situação de ilegitimidade política que se vive na Guiné-Bissau.
Eurodeputados exigem o restabelecimento da ordem constitucional na Guiné-BissauEurodeputados exigem o restabelecimento da ordem constitucional na Guiné-Bissau
Nós já sabíamos que a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), a Organização das Nações Unidas (ONU) e a própria União Europeia (UE), através da Comissão, tinham tido um papel muito importante na definição de uma situação de ilegalidade, uma espécie de golpe de Estado constitucional que interrompeu um processo eleitoral e interrompeu uma trajetória, que foi uma trajetória extraordinária de recuperação a que assistimos, no último ano e meio, na Guiné-Bissau. Quer o trabalho político quer o trabalho de desenvolvimento económico e social foram interrompidos. E portanto, há que denunciar isto.
Por outro lado, há aqui um aspecto que também é muito importante, que é o de condenar, criticar o papel que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tem tido aqui. Para além deste convite a que a CEDEAO possa, ela própria, ter um papel de restauração da legalidade democrática, porque tem sido, apesar de tudo, um pouco complacente com a situação), é fundamental restaurar do apoio humanitário e do apoio ao desenvolvimento à Guiné-Bissau.
Devemos fazer uma grande pressão internacional para repor a legilimidade, para que este golpe de Estado seja, no fundo, afastado e para que os candidatos que estavam a concorrer à presidência e o primeiro-ministro e Presidente interinos voltem, de novo, ao território da Guiné e à governação. Mas isso não deve interferir com a capacidade de ajuda e de apoio à população porque a população está a sofrer imenso.

O eurodeputado Paulo Rangel, no apoio do Partido Social Democrata durante a campanha eleitoral das eleições legislativas de 2009O eurodeputado Paulo Rangel, no apoio do Partido Social Democrata durante a campanha eleitoral das eleições legislativas de 2009
DW África: Referiu a uma coerência total, mas há uma disparidade de avaliações nomeadamente entre a CEDEAO e outros parceiros como a CPLP, a ONU ou a União Africana (UA). Será suficiente fazer-se o convite à CEDEAO para que não legitime um governo e as autoridades que sairam de um golpe de Estado ou será preciso fazer mais?
PR: A adoção pura e simples de resoluções internacionais é sempre essencial para dar um quadro legal de atuação às instituições. Ou seja, é importante que o Conselho de Segurança da ONU, que a UA, que a CPLP, que a UE tomem decisões e que as tomem por escrito sob a forma de resolução para terem, no fundo, um mandato para atuar. Mas depois não podem as consciências ficar descansadas com a aprovação da resolução. O que vamos fazer a 13 de junho, é apenas um primeiro passo. É fundamental que os países da CPLP, nomeadamente Portugal, Angola e o Brasil tenham um papel de pressão sobre os países da África Ocidental. Assim como a UE e o próprio Conselho de Segurança da ONU, designadamente através de alguns dos seus membros mais relevantes (como os Estados Unidos e a China que tem hoje um papel relativamente importante em alguns países africanos) possam usar os seus bons ofícios e a sua capacidade de pressão e de influência internacional para levar a CEDEAO a mudar o seu caminho. Isso é essencial.
Carlos Gomes Júnior foi o candidato mais votado da primeira volta das eleições presidenciais, que foram interrompidas antes do segundo turno pelo golpe de Estado
Não basta haver resoluções. Mas sem resolução também não há mandato para as instituições atuarem. E, portanto, a resolução é extremamente importante no sentido da definição de uma posição da comunidade internacional.
DW África: E ao nível bilateral, o que é que pode um país como Portugal fazer para ajudar a Guiné-Bissau a sair deste impasse?
PR: Eu creio que, particamente, aqui há dois países que têm uma posição ímpar: Portugal e Angola, porque Angola tinha a Missang, que estava com uma missão de assistência técnico-militar [na Guiné-Bissau], com um papel muito relevante. Aliás um papel que se refletia neste progresso, porque o que aqui é verdadeiramente extraordinário é que a Guiné-Bissaau, para além de estar a desenvolver um quadro democrático, pela primeira vez estava, de fato, com índices económicos e sociais em melhoria absolutamente visível. E este processo, com certeza com este golpe, vai ficar parado. E isso é que é trágico neste contexto.

O Parlamento Europeu pretende que o processo eleitoral guineense seja concluido
Penso que Portugal e Angola têm um papel muito importante. Mas é fundamental que estes dois países não apenas atuem sobre os atuais dirigentes da Guiné-Bissau mas os dirigentes que estão, neste momento, de fato, com o poder nas mãos, mas sobre os países da África Ocidental, países que têm um papel relevante, como o Senegal, Gâmbia, Nigéria e outros como a Guiné Conacri ou a Guiné-Equatorial. Nós podíamos, de fato, ter aqui um conjunto de parceiros sobre os quais devíamos atuar diretamente. Portanto, disso não há dúvida.
Julgo que, apesar de tudo, o papel de Portugal, por um lado, pode ser muito facilitado se tiver esta cobertura da UE. E por isso nos empenhamos tanto em que não só a Comissão mas também o Parlamento Europeu tivesse uma posição claríssima sobre este assunto, porque é evidente que um país como Portugal terá uma capacidade de pressão maior sobre os países da África Ocidental, que têm uma palavra a dizer nesta questão, se vier com a cobertura, a legitimidade da União Europeia.
O novo governo interino da Guiné-Bissau colhe o apoio da CEDEAO mas é contestado por outras organizações internacionais como a CPLP e a ONU
E o mesmo vale para Angola, no que diz respeito à União Africana. Então, no fundo, são uma espécie de catalizadores destes esforços.
Mas a situação é extremamente complexa, há que reconhecê-lo, por isso é que existe também este último considerando da resolução que é extremamente importante (e sobre o qual eu tenho insistido a propósito de outros casos de emergência humanitária). Mesmo quando há uma situação política extremamente adversa e que merece ser verdadeiramente censurada e até boicotada, nós não devemos suspender a ajuda humanitária nem a ajuda direta às populações, porque esses cortes não contribuem, de maneira nenhuma, para facilitar a situação, no próprio terreno político. E portanto, não deve ser a população que deve ser refém deste tipo de golpismo e de instabilidade política. E por isso, o trabalho humanitário e de desenvolvimento deve continuar, mesmo neste quadro político irregular.

Autora: Helena Ferro de Gouveia
Edição: Glória Sousa / António Rocha

segunda-feira, 11 de junho de 2012



Militares guineenses detidos na Guiné-Conakry

Bissau - Um grupo de militares da Guiné-Bissau encontra detido desde o fim de Maio, na vizinha República da Guiné-Conakry.
Trata-se de três efectivos, pertencentes ao recém-criado Comando Geral de Guarda Nacional, no âmbito da reforma que estava em curso no sector de segurança guineense.

A informação foi avançada por uma fonte próxima do Comando da Guarda Nacional, sob anonimato.

De acordo com a mesma fonte, no dia 21 de Maio, uma equipa de fiscalização do Posto Avançado de Cacine, região de Tombali, junto da fronteira com a Guine-Conakry, efectuou uma missão de fiscalização com base em informações de existência de barcos de pesca a operarem de forma ilegal nas águas territoriais da Guiné-Bissau.

A operação resultou na apreensão de seis pirogas em situação ilegal, não tendo sido encontrado nenhum barco no terreno em actividade de pesca não autorizadas.

No final desta operação, conforme revelou ainda a nossa fonte, os tripulantes destas canoas debateram-se com o mau tempo e algumas embarcações foram parar a águas territoriais da Guine-Conakry.

«Depois da busca, fomos informados de que os três militares da Guarda Nacional, nomeadamente Gabriel António Correia e Degol Manga, ficaram em Kamsar, Tomas Camará no Porto de Cachek, ambas localidades da República da Guine-Conakry», revelou.

Perante esta situação, o Comando Geral da Guarda Nacional fez deslocar uma delegação composta pelo Segundo Comandante do Comando Operacional e pelo Comandante da Brigada Costeira, na qual integravam ainda elementos da Marinha Nacional, que mantiveram encontros com as autoridades militares da Guiné-Conakry sem que, no entanto, houvesse algum resultado positivo quanto à obtenção da libertação para os militares presos em Kamsar.

Os detidos já foram acusados, pelas autoridades da Guiné-Conakry, de posse de armas de fogo, num total de três armas de tipo AKM.
A fonte do Comando da Guarda Nacional confirmou a existência de um negócio mal finalizado com um dos detidos, Gabriel António Correia, relativamente à emissão de licenças de pesca pela parte nacional, com um responsável da polícia da Guine-Conakry em Kamsar, através de uma empresa de pesca denominada «Wawa».

O NG apurou ainda que Gabriel António Correia havia desempenhado as funções de Delegado da Capitania dos Portos em Cacine tendo sido, nos últimos tempos, substituído. Contudo, continuava a exercer as mesmas funções, emitindo licenças de pesca ilegais.

Os valores destas licenças eram recebidos pelo Tenente-Coronel Azeque da Guine-Conakry, através de proprietários das pirogas, que nunca chegou de entregar o dinheiro a Gabriel António Correia, conforme havia combinado. O valor estima-se em cerca de três milhões de F.cfa.

Contactada uma fonte do Ministério do Interior guineense, a instituição titular do Comando Geral de Guarda Nacional, informou que o Governo de Transição já comunicou ao seu ministro dos Negócios Estrangeiro para tratar do assunto via diplomática entre os dois países.

Sem Vergonha na Cara

Segunda-feira, 11 de Junho de 2012

“Os fantasmas do General” António Indjai acusa Angola de financiar contra-golpe na Guiné-Bissau

Bissau - António Indjai acusou o Governo angolano de poder estar a financiar uma acção de contragolpe na Guiné-Bissau.
O Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas falou na cerimónia de encerramento do encontro que manteve na passada quarta-feira, 6 de Junho, com os antigos combatentes da liberdade da pátria, a seu pedido.

António Indjai adiantou ter informações sobre a entrada deste dinheiro mas não especificou a quantia em causa.

De acordo com responsável das Forças Armadas, esta quantia teria sido recebida por alguns elementos de antigos combatentes para desencadear uma acção de contra-golpe. António Indjai ameaçou, na altura, denunciar publicamente os nomes destes antigos combatentes.

«Angola não desistiu. Recentemente, este país enviou dinheiro para desestabilizar a Guiné-Bissau mas estamos atentos. Soubemos isso através de algumas pessoas entre nós aqui presentes, que receberam este dinheiro», confirmou António Indjai.

Durante a sua intervenção, admitiu por várias vezes que não teme a sua morte, garantindo que, com o seu desaparecimento físico, iria nascer um outro António Indjai.

Seguiram-se insultos ao Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, na reunião, com a maioria dos intervenientes a reclamarem ser do PAIGC e quererem regressar ao partido, mas com Carlos Gomes Júnior fora da direcção.

O encontro, que teve lugar na sede da Assembleia Nacional Popular, serviu para o autor de dois golpes bem-sucedidos nos últimos anos, lançar palavras de insultos aos dirigentes do PAIGC, com particular destaque para Manuel Saturnino Costa que, segundo ele, terá insultado antigos combatentes.
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Guiné-Bissau volta a ser avaliada pela CPLP

A CPLP e a União Europeia (UE) voltam a debater este mês a crise político-militar na Guiné-Bissau, que vive, até agora, fechada em si mesmo, por a junta militar recusar restituir o poder às instituições democráticas, derrubadas na sequência do golpe de Estado de 12 Abril.

A Guiné-Bissau observa neste momento um período de transição de um ano imposto pelos golpistas com o consentimento da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), que colocou no país um contingente de cerca de 600 homens, entre militares e polícias.

A CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), que condenou o golpe de Estado e não reconheceu até agora os novos dirigentes do país, reúne-se no próximo dia 20 deste mês em Maputo, capital de Moçambique, numa cimeira destinada a avaliar, principalmente, o pedido de adesão da Guiné-Equatorial à organização. O governo de Maputo também vai informar os demais membros que decidiu adoptar o acordo ortográfico da língua portuguesa.

O ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, admite que a situação da Guiné-Bissau é complexa. “A CPLP não reconhece as autoridades que emergiram do golpe, mas também o governo deposto está fora do país, e é preciso analisar tudo isto”, explicou o ministro moçambicano.

O contingente da CEDEAO na Guiné-Bissau tem militares e polícias da Nigéria, Burkina Faso e Senegal. Essas forças, além de auxiliarem os golpistas a instaurar um governo de transição, também têm a missão de supervisionar a retirada das forças angolanas da Missang destacadas naquele país, no cumprimento de um acordo com o governo deposto para reformar a Defesa e Segurança.

Segunda-feira, 11 de Junho de 2012

Terminou retirada angolana da Guiné-Bissau Luanda diz que MISSANG custou ao país 10 milhões de dólares

Terminou Sábado a retirada das forças angolanas estacionadas na Guiné-Bissau.

Os soldados e polícias tinham chegado em Março de 2011 ao abrigo de um acordo para ajudar na restruturação das forças armadas guineenses e a sua presença foi uma das razões dadas por militares guineenses para o golpe de estado no país em Abril.

Aviões de transporte foram enviados para Bissau para retirar as tropas angolanas que trouxeram de volta a Angola o material pesado que tinham levado consigo

O programa de ajuda angolano previa a reparação e reconstrução de quartéis e esquadras da polícia. Algumas dessas obras já haviam começado e foram interrompidas.

O diário Jornal de Angola diz hoje que a missão militar de Angola (MISSANG) custou ao país 10 milhões de dólares.

A MISSANG foi entretanto substituída por uma missão militar da Comunidade Económica de Desenvolvimento da África Ocidental, CEDAO, que já está estacionada no país.

domingo, 10 de junho de 2012

Domingo, 10 de Junho de 2012

Últimos militares angolanos deixam a Guiné-Bissau


Os últimos 96 militares da missão de Angola na Guiné-Bissau (Missang) deixaram hoje Bissau, pondo termo à cooperação técnico-militar do governo de Luanda.
Com o fim da missão ficam também cancelados os apoios que Angola estava a dar à Guiné-Bissau, nomeadamente na construção e remodelação de infraestruturas de defesa e segurança.
«Todos os financiamentos que tinham sido preparados para o projeto militar com a Guiné-Bissau estão interrompidos», disse hoje aos jornalistas, na sede da Missang, o encarregado de negócios de Angola em Bissau, Luís dos Santos.
O governo angolano interrompeu a Missang (missão técnico-militar na Guiné-Bissau de apoio à reforma do setor de Defesa e Segurança) na sequência de atritos com as forças armadas guineenses.
É, segundo Luís dos Santos, uma «saída triste», porque acontece «num momento de grandes problemas» na Guiné-Bissau.
«A Missang esteve cá ao abrigo de um acordo entre os dois países e a sua interrupção acontece por acontecimentos políticos internos», disse o responsável, acrescentando que ainda assim a missão angolana «cumpriu o seu papel» e sai «com o sentimento do dever cumprido».
As últimas componentes da Missang, militares e material, partiram em três aviões angolanos, um Boeing e dois Ilyushin (de carga) e a saída foi supervisionada pela ECOMIB, Força da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) que está no país, na sequência do golpe de Estado de 12 de abril passado.
Gnibanga Barro, o chefe da ECOMIB, esteve no aeroporto de Bissau a despedir-se dos últimos homens da Missang.
A força angolana, constituída por cerca de 200 militares, estava num antigo hotel de Bissau, um edifício comprado pelo governo de Angola e que a partir de segunda-feira passa a ser a embaixada de Angola na Guiné-Bissau.
Lusa

Desafios contemporâneos da África O legado da Amilcar Cabral

Desafios contemporâneos da África
O legado de Amílcar Cabral
Lopes, Carlos

Sinopse
Este livro, constituído de um conjunto de artigos escritos pelos principais especialistas na obra de Amilcar Cabral, é um convite à reflexão sobre a complexa situação do continente africano. Mas por que voltar ao pensador e revolucionário morto em 1973? A resposta está na importância de sua obra, a qual abre caminhos para compreender a situação atual da África, que se livrou do colonialismo, mas mergulhou em infindáveis lutas armadas sem ideologia que não podem dar respostas a seus problemas políticos, sociais e econômicos. “É justamente esta a razão pela qual é tão oportuno que aqueles que admiram Cabral paguem a ele o tributo de se aprofundar na difícil trilha da compreensão dos fenômenos atuais”, escreve o guineense Carlos Lopes organizador deste livro.
Tal compreensão passa pela obra desse pensador, considerado um dos mais inovadores e criativos já nascidos na África e um herói da emancipação do continente – Cabral foi fundador e líder do movimento de independência na Guiné-Bissau e Cabo Verde e um ativo participante da luta armada contra o colonialismo português nos anos 1970.

Cada um dos artigos reunidos neste livro reflete um ângulo diferente da obra do pensador. A apresentação, escrita por Peter Karibe Mendy, enfoca a situação da Guiné-Bissau colônia, que levou Cabral e seus camaradas a ingressarem na luta armada pela libertação dos guineenses e também dos cabo-verdianos. AlexisWick, Lars Rudebecke Ibrahim Abdullahfalam de sua originalidade ao tratar conceitos complexos com simplicidade e pragmatismo. Georges Nzongola-Ntalaja, John Fobajonge Carlos Lopes concentram-se na relevância das formulações de Cabral para a compreensão de dilemas persistentes, como a construção do Estado, o pan-africanismo e as dimensões éticas. Já Abebe Zegeyeaborda as ideias do intelectual sobre cultura num texto sobre sua influência na literatura africana.

Esta obra é, enfim, uma grande fonte de informações sobre o pensamento e a personalidade de Amílcar Cabral, que contribuiu de modo expressivo e definitivo para o processo que culminaria na independência das colônias portuguesas na África e representa uma chave para a compreensão daquele continente nos dias atuais.
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Preço:
R$46,00


ISBN: 9788539302291
Assunto: História
Idioma: Português
Formato: 14 x 21
Páginas: 216
Edição:
Ano: 2012
Acabamento: Brochura
Peso: 270g
Sobre o autor
Carlos Lopes

Diretor político do ex-secretário geral da Onu Kofi Anann, é sub-secretário geral da Onu desde 2006 e assume em julho os cargos de secretário geral adjunto e secretário executivo da Comissão Econômica para a África da entidade. É autor também dos livros Cooperação e desenvolvimento humano e Desenvolvimento para céticos, publicados pela Editora Unesp.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

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Força africana de ocupação já está instalada em Bissau

Desembarque de 600 militares foi concluído no domingo
Uma força de militares de ocupação e polícias que os países da África Ocidental enviaram para a Guiné-Bissau, na sequência do golpe de Estado de Abril, instalou-se no campo de Cumeré, 35 quilómetros a norte da capital. Soldados nigerianos à chegada a Bissau, para integrar força da CEDEAO
O desembarque de cerca de 600 elementos, maioritariamente nigerianos e senegaleses, foi concluído no domingo. “Os nossos efectivos estão instalados”, confirmou à AFP um responsável da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).

O passo seguinte, que terá começado ainda nesta terça-feira, é a saída do país da Missang, missão militar angolana, que esteve no último ano na Guiné. “Pode demorar quatro a cinco dias”, declarou Ansumane Ceesay, representante da CEDEAO em Bissau.

Os militares que afastaram o primeiro-ministro e vencedor da primeira volta das eleições presidenciais, Gomes Júnior, e o Presidente interino, Raimundo Pereira, justificaram o golpe com um alegado acordo entre o chefe do Governo e Angola para aniquilamento das forças armadas da Guiné. O efectivo angolano, objecto de informações contraditórias, foi quantificado entre duas centenas e as seis centenas de militares.

Após o golpe, por acordo entre a CEDEAO, golpistas e partidos da oposição foram nomeados um Presidente, Serifo Nhamadjo, e um designado Governo de transição. O PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), principal força política do país, liderado por Júnior, e a generalidade das organizações internacionais reclamam o regresso do Governo constitucional.

Um ex-chefe das Forças Armadas, Zamora Induta, um ministro e o presidente da comissão eleitoral, que estavam refugiados nas instalações da União Europeia em Bissau e, no fim-de-semana, saíram para a Gâmbia, via Casamansa, estão sob custódia das autoridades deste país.

Induta, afastado em 2010 por António Indjai — considerado o líder do golpe do mês passado —, Fernando Gomes, que ocupava a pasta do Interior, e Lima da Costa, que conduziu o processo eleitoral, “estão retidos por razões de segurança e prestes a ser ouvidos”, disse à AFP um porta-voz do Ministério da Imigração.
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Bispo-auxiliar de Bissau, Governo não foi legitimado pelo Povo

Bissau - O bispo-auxiliar de Bissau considera que o novo Governo na Guiné-Bissau não foi legitimado pelo voto popular e é preciso que haja um diálogo com as forças guineenses que estão no “exterior” para que seja encontrada uma solução política para o país.
D. José Lampra Cá considera que o país vive uma situação “atípica” na sequência do golpe de Estado que afastou o presidente Interino Raimundo Pereira e o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.
Em entrevista à emissora católica portuguesa Rádio Renascença, o porta-voz da Igreja guineense diz que é preciso reencontrar a unidade nacional e mostra-se preocupado com a degradação da situação económica, nomeadamente o aumento do custo de vida.

Sexta-feira, 1 de Junho de 2012

Opinião : golpismo ou democracia por JOSÉ MANUEL PUREZA

Diário de Notícias
JOSÉ MANUEL PUREZA

Guiné-Bissau: golpismo ou democracia

por JOSÉ MANUEL PUREZA Hoje
Há uma maldição guineense? A sucessão de golpes e tentativas de golpes de Estado e eliminações de personalidades políticas parece avalizar essa leitura. Instalou-se no senso comum a tese de que a Guiné-Bissau está condenada a uma turbulência política e militar sem fim. Naquela terra, a paz não será senão a preparação da guerra que vem.
E, no entanto, talvez a única maldição guineense seja a do esquecimento e invisibilidade. Fosse a Guiné no Médio Oriente ou no Magreb e a história seria seguramente outra. Até agora, o único motivo de interesse que tem sido reconhecido à Guiné-Bissau parece ser o da sua localização estratégica para os fluxos de narcotráfico entre a América Latina e a Europa. Ele tem acentuado todos os fatores de trivialização de uma cultura de tomada de poder pela força na Guiné-Bissau.
Entretanto, e por paradoxal que seja, a Guiné tornou-se foco de disputa por agendas estrangeiras. Desde a oportunidade de o Senegal, com o envio de tropas, desativar o apoio aos rebeldes de Casamança até à invocação, por Angola (com os olhos em negócios como o da bauxite), do seu sucesso numa efetiva reforma do setor de segurança guineense - que a União Europeia financiou longamente sem qualquer concretização, como é manifesto - passando pela vontade da Nigéria de travar qualquer ascendente angolano na região, as razões para intervir na Guiné multiplicam-se. Mas os interventores refugiam-se em roupagens multilaterais: os interesses do Senegal, da Nigéria ou outros são veiculados pela CEDEAO, enquanto a estratégia de Angola tem o rótulo oficial da CPLP.
O golpe de 12 de abril só se compreende à luz desta combinação perversa entre poder dos barões da droga e choque de estratégias exteriores. A interrupção do processo eleitoral na véspera da segunda volta, quando tudo apontava para a vitória de Carlos Gomes Júnior, favorável a uma aproximação da Guiné com Angola, tem uma leitura clara. Reforçada aliás pelo golpe em cima do golpe perpetrado pela CEDEAO, ao impor a validação de um governo de transição contra a reposição da legalidade constitucional democrática.
Pelo meio fica o povo da Guiné. Um povo supérfluo para os interesses estratégicos. Sintomaticamente, conhecemos da Guiné os golpes e contragolpes mas não se noticia a deterioração dramática da situação humanitária, com o não pagamento dos salários, o ano escolar perdido, a campanha do caju (que é o principal sustento das famílias) comprometida pondo em causa a segurança alimentar da grande maioria da população pobre, a paralisia económica e a subida exponencial do preço dos bens de primeira necessidade, a situação de desesperança nas camadas mais jovens em resultado da associação entre desemprego e privação, a repressão de manifestações contra os golpistas e a circulação de listas negras para eliminação de quem seja incómodo.
É em nome das mulheres e dos homens da Guiné sem rosto nem nome nos grandes meios de comunicação internacionais, que se impõe uma posição de firmeza de quem se quer amigo da democracia e dos direitos humanos repudiando todos os golpes e ameaças e apoiando a prevalência da soberania popular. Foi essa firmeza radicada em princípios e não em alianças de conveniência momentânea com atores locais que faltou ao longo destes anos, diante da onda de assassinatos, de golpes e de chantagens que marcaram todos os dias da vida dos guineenses. Apesar disso, nunca é tarde para se ser digno e querer para esse povo o direito de decidir em paz, em democracia e em liberdade o seu futuro.